Você se sente seguro em Campina Grande?


Nossos leitores estão acostumados a encontrar notícias positivas no site Grande Campina, mas - infelizmente - precisamos abrir espaço para comentar um fato preocupante e até assustador. Não se fala em outra coisa na cidade: a onda de violência por aqui é crescente. Você provavelmente tem algum parente, amigo ou conhecido que foi vítima de algum crime nos últimos meses, certo? Afinal, por que Campina Grande está sendo considerada a cidade mais insegura da Paraíba?

Não são só os comentários e as manchetes do noticiário que nos fazem chegar a essa conclusão. Os dados oficiais também são alarmantes. De acordo com um relatório divulgado recentemente pela Secretaria de Segurança e Defesa Social, Campina Grande foi o município que apresentou o maior índice de crimes violentos letais intencionais ao longo do primeiro semestre de 2013, em comparação com dados do mesmo período de 2012. Somente nos seis primeiros meses deste ano foram registrados 101 homicídios.

O percentual de crescimento da criminalidade em Campina Grande, com base nesses dados, foi de 26,26%. Número quase três vezes maior do que o de João Pessoa, que ficou em 9,54%. Em cidades menores, o percentual é negativo: Santa Rita (-4%), Cabedelo (-35,14%), Bayeux (-29,04%), Patos (-56,67%). Traduzindo as estatísticas: a criminalidade diminui em outras cidades do interior, mas a bandidagem está solta e “fazendo a festa” na Rainha da Borborema.

Por mais que Campina cresça economicamente, seja referência no ensino superior, em tecnologia ou faça a maior festa junina do planeta, não há qualidade de vida quando o cidadão de bem se sente inseguro. Medo de sair de casa? Medo de sair e quando voltar encontrar sua casa arrombada? Medo de almoçar com a família num restaurante? Medo de ser abordado por bandidos no ônibus? Medo de ser esfaqueado em praça pública por causa de um aparelho celular? Sim, estamos nessa posição.

É claro que violência existe em todo lugar, mas a situação na nossa cidade é realmente grave. O comércio local está sofrendo e fechando suas portas mais cedo. Mas a preocupação de empresários e funcionários não adianta de nada. Dia após dia, vários estabelecimentos viram alvo de marginais. Farmácias, supermercados e até bares e restaurantes, na tão temida modalidade de assalto coletivo.

Já sabemos dos fatos. Qual a solução?

Instituições que representam comerciantes na cidade (CDL, ACCG e Sindloja) enviaram um ofício ao secretário de Segurança e da Defesa Social do Estado da Paraíba, Cláudio Lima, reivindicando a ampliação da segurança oferecida por parte do governo estadual. O objetivo é amplo, mas o que eles cobram especificamente? “Instalação de uma central de vigilância eletrônica, com 250 câmeras de monitoração, para a transmissão e gravação de imagens capturadas nas vias públicas e monitoradas em tempo real pela Polícia Militar, através de um Centro de Comando, com capacidade de interação com a rede de rádio e pronta resposta do efetivo distribuído em pontos estratégicos”. Com isso, a tranquilidade nas principais ruas da cidade estaria restabelecida.

Cobrar o reforço da segurança no setor comercial da cidade não basta. É preciso que as autoridades responsáveis e os nossos governantes atentem para o contexto geral de criminalidade e não assistam aos crimes diários (até pelo menor furto que seja) como quem espera a bomba explodir para providenciar a remediação.

Campina não é terra de ninguém.

Aqui não se faz justiça com as próprias mãos.

Quem poderá nos defender?

__________________________________________
Este é um artigo de opinião.
O Grande Campina está aberto para ouvir e, se necessário for, dar direito de resposta sobre os fatos aqui comentados. 
Leia mais sobre: × ×