Campina tem o desafio de ser pólo de sanfoneiros de oito baixos e instala escola especializada


Campina Grande vai ganhar uma escola de sanfona de oito baixos e tem o desafio de se tornar pólo de músicos especialistas nesse tipo de instrumento. O anúncio foi feito pelo reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rangel Junior. A previsão é de que o local esteja em funcionamento a partir de julho, com inscrições abertas a todas as pessoas, de todas as faixas etárias, que tenham interesse em aprender a tocar este instrumento raro e de grande vínculo com o Nordeste. O grande destaque é a presença do sanfoneiro campinense Luizinho Calixto, que estará à frente da iniciativa.

As aulas serão ministradas na antiga Faculdade de Administração, localizada na Rua Getúlio Vargas, no Centro de Campina Grande. As atividades serão executadas em cursos livres de extensão, vinculados à Pró-Reitoria de Arte e Cultura, e a quantidade de vagas será definida de acordo com a demanda de interessados.

O sanfoneiro Luizinho Calixto lembra que a maioria dos sanfoneiros de oito baixos do país nasceu na Paraíba, muitos deles em Campina Grande. “O curso vai resgatar e valorizar um dos instrumentos mais ricos da cultura nordestina. O problema é que muitos já morreram e outros sanfoneiros não surgiram para dar sequência à arte de tocar o instrumento. Acredito que a partir desse projeto novos sanfoneiros devam tomar gosto pela sanfona de oito baixos e defender a nossa cultura com mais força. Campina Grande já foi o maior polo de sanfoneiros de oito baixos e precisa resgatar essa condição”, comentou o artista.


Luizinho Calixto
Nasceu em Campina Grande, filho de Maria Tavares Calixto e de João de Deus Calixto, o seu Dideus. Como os irmãos mais velhos, os conhecidos Zé, Bastinho e João Calixto, Luizinho aprendeu a tocar o fole de 8 baixos ainda criança. Ganhou do irmão mais velho, o Zé, a primeira sanfona e logo se apresentou no programa de rádio da cidade, "Forró de Zé Lagoa". Um dia, Jackson do Pandeiro, amigo de longa data de seu Dideus, foi a Campina Grande, escutou Luizinho e aconselhou os pais a mandarem ele ao Rio de Janeiro.

Luizinho morou no Rio de Janeiro por seis anos e após voltar a Campina Grande, conheceu Fortaleza, onde teve a oportunidade de tocar acordeom para o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que o aconselhou a seguir carreira no instrumento e o presenteou com a sanfona com que tocou pela última vez.

O artista já percorreu todo o Brasil com seu fole e também já se apresentou em países como Espanha, Portugal, Franca e Argentina. Com a iniciativa da escola de sanfona de oito baixos, Luizinho retorna a sua cidade natal para contribuir ainda mais com a preservação da arte, expandindo o conhecimento sobre este raro instrumento musical.

Foto: Divulgação / Fonte: Ascom-UEPB
(Atualizado em 23 de maio de 2013)
Leia mais sobre: × ×