Inovação | Casa do semiárido é desenvolvida por pesquisador campinense e custa até R$ 30 mil



Um pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) desenvolveu um imóvel específico para regiões que chegam a registrar temperaturas de até 37 graus. A ‘Casa do Semiárido’ é uma novidade no ramo imobiliário e é projetada especialmente para oferecer conforto térmico aos moradores.

A unidade habitacional de 58m² pode registrar em seu interior até quatro graus a menos se comparada às construções convencionais. E qual o ‘segredo’ disso tudo? O modelo arquitetônico que privilegia a circulação de ar, além de oferecer sistema de uso eficiente da água e energia.

O investimento neste tipo de imóvel gira em torno dos R$ 30 mil, segundo o pesquisador José Wallace Barbosa, do Departamento de Engenharia Agrícola da UFCG. “Esse valor inclui mão de obra e material. Buscamos utilizar o convencional e acessível a todos, ou seja: tudo que foi utilizado nesse protótipo da casa está disponível no mercado. O projeto arquitetônico proporciona conforto térmico e priorizamos também a questão do reuso da água. Em projetos de casas populares, o preço chega a R$ 57 mil e nessa o custo total foi de R$ 30 mil”, declarou o pesquisador.

A ‘casa-modelo’ levou dois meses para ficar pronta e está disponível à visitação pública. O imóvel está situado no complexo do ‘Projeto Reúso’, no bairro da Catingueira. José Wallace informou que o projeto recebeu R$ 97 mil de recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Tivemos uma equipe formada por arquitetos e estudantes de mestrado em engenharia agrícola, voltados para essa questão de melhoria habitacional da região do semi-árido. A unidade habitacional tem uma geometria própria para essa região e proporciona conforto térmico”, explicou.

Projeto acessível - Segundo ele, o projeto é disponibilizado para qualquer pessoa e pode ser solicitado via e-mail, através do endereço: Wallace@deag.ufcg.edu.br. “Foi um projeto financiado com dinheiro público e por isso damos esse retorno à população”, declarou o pesquisador. A casa de 58m² conta com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e é ideal para uma família de até quatro pessoas. Construída de maneira a aproveitar o máximo de luz natural, a ideia dos pesquisadores é diminuir o uso de energia ao máximo. “Além
disso, o projeto inclui duas cisternas de aproveitamento de água. A tubulação da cozinha e chuveiro vão para uma caixa em específico e após decantada, passar por um processo e pode ser reutilizada para serviços gerais ou manutenção da jardinagem da casa, por exemplo”, informou.

Fotos: Chico Martins
Texto: Ligia Coeli

(Atualizada em 09/04/2013).
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