Saúde infantil | Especialista alerta uso de mamadeira após os 2 anos de idade


Aparentemente inocente, a mamadeira acaba de ser apontada como um dos fatores que podem resultar no aumento de peso das crianças. Segundo estudo publicado no Journal of Pediatrics, quando seu uso é inadequadamente prolongado, estimula o consumo de calorias extras que geram excesso de peso.

O estudo realizado pela Ohio State University e pela Temple University, nos EUA, acompanhou 6.750 bebês até que completassem 5 anos e meio. Para efeito da pesquisa, foi considerado “uso prolongado” sempre que a criança, a partir dos 2 anos de idade, manteve a mamadeira como principal meio de ingestão de líquidos. Ou, ainda, quando preservara o hábito de dormir com ela.

Do total de crianças inseridas no estudo, quase um quarto foi enquadrado em um desses casos. No grupo que abandonou a mamadeira antes dos dois anos de idade, 16,1% estavam obesas aos 5,5 anos. Entre as que não abandonaram a mamadeira depois dos 2 anos, o índice subiu para 22,9%. Estava comprovada a relação de seu uso com o desenvolvimento da obesidade infantil. Mas quais seriam, exatamente, os motivos?

Quantidades e horários
A pediatra Lilian Zaboto, membro do Departamento de Obesidade Infantil da ABESO, explica que “quando o bebê mama ao seio materno, ele é quem impõe a quantidade que quer mamar e emite sinais de que está saciado, virando o rostinho ou afastando o seio com as mãozinhas. Também é o bebê quem controla os horários de mamar”.

Quando entra em cena a mamadeira, comenta a pediatra, “quem oferece o alimento ‘ impõe’ a quantidade que ele deve mamar e, muitas vezes, força que ele mame mais, pois as mães têm a ansiedade de que seu bebê coma bem para se tornar ‘saudável’”. Acabam oferecendo o alimento mais vezes do que o necessário. “É comum vermos mães que oferecem mamadeiras na madrugada com o bebê dormindo. Se ele não acorda e não chora, é porque não está com fome”.

Pior do que isto é quando os “aditivos” entram em cena: “Muitas vezes, com medo de que o bebê não ganhe peso, as mães acabam engrossando o leite com farináceos, que só oferecem mais calorias. A pediatra Lilian Zaboto conclui: “é comprovado cientificamente que o aleitamento materno é um dos fatores protetores contra a obesidade infantil, pois estudos comprovam que bebês amamentados têm menores chances de se tornarem obesos”.

Fonte: Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
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