Economia | Pólo calçadista de Campina emprega indiretamente quase 7 mil pessoas


Em 2010, o setor calçadista do Brasil produziu 894 milhões de pares, de acordo com estatísticas da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Deste total, 20,58% foi produzido somente pela fábrica Alpargatas, em Campina Grande, que respondeu pela fatia generosa de 184 milhões de calçados. A previsão da empresa é fechar o ano de 2011 com a fabricação de 192 milhões de calçados, segundo a secretária da gerência, Virgínia de Fátima de Araújo. Não à toa a Paraíba chegou a ocupar, em janeiro, o 4° lugar no ranking nacional de exportações e o 3° de produção, conforme a Abicalçados.

Somente a geração de empregos indiretos chega a marca dos sete mil em Campina Grande e região. "Isso se explica porque a gente precisa do caminhão que faz o transporte de mercadorias, dos engenheiros para projetar máquinas, designers e motoristas. Só na Alpargatas, que tem a capacidade de produzir dez pares de calçados por segundo, são mais de 6 mil funcionários transportados todos os dias, nos três turnos, até mesmo de madrugada. Isto gera lucro para as empresas de transportes e para o setor de alimentação", informou Eduardo Almeida de Souto, presidente do Sindicato da Indústria do Calçado na Paraíba. Ele afirma que "esse é o ano de ouro no Brasil e nós temos que aproveitar para fazer o calçado paraibano alcançar uma visibilidade maior", alertou.

Segundo Eduardo, em todo o Estado, mais de 20 mil empregos diretos são gerados através desse setor e o faturamento total, até janeiro, correspondia a US$ 15,5 milhões, com mais de quatro milhões de pares exportados. Nesse cenário, as cidades de Campina Grande e Patos se destacam e já são responsáveis por quase 80% do total produzido na Paraíba. Juntas, as duas cidades concentram cerca de 300 das mais de 500 fábricas espalhadas no Estado, que exportam produtos para a região sul do Brasil e países como Estados Unidos, México, Argentina, Venezuela e até para a China, considerado o maior concorrente do setor.

Mesmo competindo com o Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo, os principais concorrentes nacionais, a exportação dos produtos paraibanos alcançou um aumento de 28% e a expectativa é de que esse valor aumente em mais 20% no início de 2012. "Temos um produto popular muito barato, e os melhores calçados estão sendo exportados para China com alto valor agregado. A tendência é que, com essa crise no Japão, o Brasil aproveite o momento e exporte ainda mais, e aqui na Paraíba não vai ser diferente", disse Eduardo.
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